sexta-feira, 29 de junho de 2007

Por onde começar a ensinar?

Um dos principais problemas que se colocam aos treinadores ao iniciarem o processo de ensino/aprendizagem com uma equipa de jovens futebolistas é “Por onde começar a ensinar?”
Antes de iniciar o processo de ensino/aprendizagem, o treinador deverá ter em consideração qual o enquadramento em que se deverá basear o ensino do Futebol nos primeiros anos de formação.
A iniciação ao jogo e o despertar do interesse e do gosto pelo Futebol é a principal função que o treinador deverá ter para com os jovens principiantes fundamentalmente entre os 6-8 anos de idade, dentro do seguinte enquadramento:

- Não deverá haver selecção de jogadores;
- Dever-se-á proporcionar a todos as mesmas oportunidades de treinar e de jogar;
- Não deverá haver a realização de campeonatos mas sim convívios desportivos;
- O Futebol deverá ser entendido como uma festa, onde a maior felicidade dos jovens é a de terem a oportunidade de poderem jogar todos juntos.

Partindo deste pressuposto, o treinador deverá então proceder a uma planificação da sua época desportiva, recolhendo o maior número de dados possíveis acerca do grupo/equipa que irá ensinar/treinar, definindo os objectivos pretendidos e elaborando um programa que irá servir de guião e de aconselhamento ao treinador ao longo de todo o processo de ensino/aprendizagem.

O treinador deverá então recolher, entre outros, os seguintes dados que lhe irão ser indispensáveis para a elaboração da sua época desportiva:

. Dados relativos ao clube (localização, passado histórico, tradições, ambições…)
. Condições de trabalho (locais de treino, horários, material, apoio humano…)
. Características gerais dos jovens do seu escalão etário (fisiológicas, psíquicas, táctico-técnicas…)
. Caracterização individual dos atletas (dados biográficos, local de habitação, horário escolar, meio de transporte utilizado, assiduidade, avaliação desportiva, rendimento escolar…)
. Objectivos de formação (nos planos afectivo e social) e de preparação (nos planos psico-motor táctico-técnico…)
. Número e tipo de competições a participar
. Programa anual/plurianual (etapas de ensino do futebol)
. Exercícios dominantes a utilizarem (situações de ensino/aprendizagem)
. Plano de unidade de treino (objectivos, material, conteúdos, duração, número de sessões semanais…)

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Equipamento

O eterno encanto e a popularidade internacional do futebol devem muito ao facto de este ser um desporto que não faz discriminações de carácter económico. Não são necessários, roupa e equipamentos dispendiosos e vastas áreas de terreno, para desfrutar do jogo. Basta uma bola, balizas rudimentares e alguns jogadores entusiastas para participar no desporto favorito do mundo.

Compras económicas:
Para que as crianças possam jogar futebol, os seus pais têm apenas de investir em dois itens de equipamento (três, no caso do guarda-redes), mas estes não têm, necessariamente, de ser dispendiosos. Existe sempre equipamento económico disponível para o comprador consciente, desde que não ponha objecções a usar calçado publicitado por um ídolo em declínio, ou caneleiras da cor usada na época anterior.

Moda e Calçado:
O calçado constitui o item mais importante do equipamento de um jogador de futebol e pode custar uma fortuna, embora este não tenha de ser necessariamente o caso. Recentemente, a linha que divide moda e calçado tem vindo a esbater-se, pelo que não é de surpreender que as crianças se tenham tornado extremamente sensíveis às marcas das botas de futebol.
Logicamente sabemos que não importa que um jogador de onze anos calce botas económicas ou um par de último modelo, publicitado pelo Cristiano Ronaldo, de cores garridas. Contudo, nem sempre a lógica prevalece e existem outros factores a considerar.
A confiança de uma criança pode ser uma coisa frágil e, enquanto que algumas não se importam com o número de riscas das suas botas, outras são afectadas pela marca que usam e pelo estatuto que o seu calçado lhes confere. Em última análise, compete aos pais decidir qual o tipo de botas que devem comprar para os seus filhos, consoante o seu orçamento, o que consideram apropriado e os desejos do atleta.

Tamanho da bola:
Muitos treinadores e professores não se apercebem que não existe nenhum benefício em tentar que as crianças pontapeiem uma bola pesada, de tamanho 5, uma vez que estas normalmente falham. Uma bola de treino de tamanho 3 é ideal para a maior parte dos exercícios de treino aplicados em minis, enquanto que uma bola de tamanho 4 é adequada para jogos de crianças entre os sete e os doze anos.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Perfil do "Treinador Consciente"

Um treinador deve obedecer a certos princípios, sendo um dos mais importantes o sentido de responsabilidade. Deve-se salvaguardar que um treinador deverá ter titulação reconhecida, evitando entregar o comando de uma equipa em formação a treinadores "furtivos", ainda que sejam engenheiros ou médicos, porque poderá acontecer que, ao contrário de ajudar, estejam a prejudicar o futuro desportista.
Até agora, o atleta foi sempre o objecto da valorização, pois toda a investigação lhe esteve direccionada, e melhorou de tal modo que cada vez se conhece melhor os atletas e mais os podemos ajudar. É neste ponto, "ajudar", que surgiram nos últimos tempos dúvidas sobre se o treinador é o adequado, ou tem conhecimentos suficientes para formar os atletas, isto é, conhecer o nível do treinador e saber até onde pode chegar.
Certamente que algumas pessoas, que não têm qualquer titulação desportiva, se escondem atrás dos resultados dos atletas para não aumentar a sua formação ou nível, nem realizar os cursos de treinador. Mas isto leva-nos a colocar uma questão: Não ajudariam mais os atletas aumentando os seus conhecimentos? É óbvio que quanto mais "saibamos", maior será a ajuda que poderemos dar aos nossos atletas.
A formação contínua é uma obrigação a ter em conta. A auto-actualização deve ser um conceito presente na mentalidade de todos. Deve-se evitar que um treinador se "congele" nos seus logros. É sempre bom ter uma teoria geral segura, e solidamente assente numa base científica, que poderá servir de guia no processo de treino, mas deve sempre haver uma reciclagem contínua dos conhecimentos, bem como ser permeável a novas teorias. A frequência a Cursos, Congressos, Colóquios, etc., são elementos formativos que aumentam o repertório e a base de conhecimentos de qualquer treinador.