sexta-feira, 18 de setembro de 2009

VITÓRIAS NEM SEMPRE SÃO O MAIS IMPORTANTE

Cada vez mais, a competição é algo inerente ao desporto de alto rendimento. E isso não se limita aos profissionais, que têm o quotidiano regrado a partir da actividade física. Para os jovens (sobretudo os que vêem o desporto como hipótese de mudar de vida), trabalho árduo e vitórias são coisas fundamentais para o crescimento.

Contudo, essas não devem ser as únicas directrizes de um treinador. O trabalho ideal deve-se preocupar com a inserção dos atletas no mundo em que vivem e com a transmissão de aprendizados que não se limitem às doutrinas do desporto.

“O fenómeno social do desporto, para ser transformado numa actividade de interesse real a todos os participantes, deve ser compreendido numa visão polissémica, com a visualização de componentes sociais que influenciam as acções sociais e culturais no âmbito desportivo e questionar o verdadeiro sentido do desporto a partir de uma visão crítica”, explicou Kunz.

A transmissão de uma visão crítica depende do carácter pedagógico incutido no trabalho do treinador, sobretudo nas categorias de base. Para que essa prática seja eficiente, é importante que o desporto seja visto como um modelo de evolução e não apenas como meio de fortalecer o nome do clube com vitórias e títulos.
“Teremos sempre como objectivo principal o ensino do futebol voltado à questão do esclarecimento aos que neles se inserem, procurando desta forma contribuir para a ampliação da percepção e entendimento deste campo social”, completou Kunz.

Existem três pontos fundamentais para fomentar a compreensão de mundo para os jovens atletas. É fundamental que os técnicos dêem atenção à interpretação que os atletas fazem do mundo em que vivem, a percepção da representatividade social do jogador e a compreensão acerca do futebol como fenómeno social.

Isso não significa a negação do futebol como um desporto de competição, mas a compreensão de que essa prática faz parte da cultura social do país e que, como qualquer outra manifestação cultural, precisa ser compreendido num universo cheio de particularidades.

Algumas crianças vivem o futebol como uma ilusão de mudança no seu quotidiano e como a oportunidade única de mudarem a dura rotina de suas vidas. Portanto, cabe ao treinador não se colocar como uma figura arbitrária e não abusar do excesso de vontade dos jovens. Em vez disso, ele deve usar essa disposição para ensiná-los e transmitir conhecimentos que não se limitem ao campo.

Fonte: KUNZ, Elenor. Didática da Educação Física - Futebol. Editora Unijuí, 2003.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

"Psicologia do Desporto: DA FORMAÇÃO À ALTA COMPETIÇÃO"

Irá realizar-se nos próximos dias 12 e 19 de Outubro de 2009, das 21:00 às 23:00, com o Psicólogo Dany Amorim, um curso de "Psicologia do Desporto: DA FORMAÇÃO À ALTA COMPETIÇÃO" no Centro de Psicologia - Psicofeira.

Este Seminário que engloba temas relacionados com a psicologia em contexto desportivo, nomeadamente a influência de factores mentais no rendimento dos Jogadores e da Equipa, como:

. PSICOLOGIA DO DESPORTO
. STRESSE E ANSIEDADE
. AUTO-CONFIANÇA
. CONCENTRAÇÃO
. MOTIVAÇÃO
. TRABALHO EM EQUIPA

Mais informação por favor consultar: http://www.psicofeira.pt.vu/

Contactos: Psicofeira
Av. 5 Outubro, Loja 16-C
4520-162 Santa Maria da Feira
256 098 457 - 91 986 58 59
psicofeira@mail.com

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"I Simpósio Internacional Futebol.Maia.Jovem 09"

A Câmara Municipal da Maia em parceria com a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, vai realizar o I Simpósio Internacional Futebol.Maia.Jovem 09, nos dias 1 e 2 de Outubro de 2009, no Auditório da TecMaia.
Este Seminário que engloba temas relacionados com as diversas estratégias com o intuito de fomentar a prática desportiva entre os mais jovens conta com a presença de nomes de prestígio nas diversas áreas de formação desportiva.
Para ter acesso ao programa, informações e ficha de inscrição, consulte: http://desporto.maiadigital.pt/actualidade/nacional-internacional/introducao

quarta-feira, 13 de maio de 2009

"I Seminário de Psicologia em Contexto de Desporto: da Educação à Saúde"

Este Seminário que engloba temas relacionados com a psicologia em contexto desportivo (e do exercício físico), passando pelas áreas: clínica e saúde, educacional, social, comunitária e desportiva.

Este evento conta com a presença de nomes de prestígio nas diversas áreas e tem lugares limitados (cerca de 50).
Irá realizar-se no dia 22 de Maio na Universidade Fernando Pessoa. A entrada é livre, mas mediante inscrição em psico.desporto@gmail.com, e os participantes terão direito a diploma de participação.

Mais informação por favor consultar http://psico-desporto.blogspot.com/.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

CRITÉRIOS PARA INTEGRAÇÃO DOS JOVENS NA EQUIPA DE COMPETIÇÃO

Aspectos Familiares e Filosóficos:

Um aspecto determinante para a integração de um praticante na vertente competitiva é a disponibilidade e a motivação dos Pais, para acompanharem a carreira desportiva dos seus filhos. Pais com problemas de horários laborais, problemas quanto à grande distância da sua residência ou da escola em relação ao local de realização dos treinos e pouco interessados nesta vertente, condicionam à partida a integração dos seus filhos na via competitiva.
Entre outros, os Pais deverão se capacitar da necessidade de um grande dispêndio de tempo para acompanhar e transportar os filhos para os treinos e para os jogos, do dever de assiduidade e de pontualidade que deverão incutir nos seus educandos e no investimento que a Escola/Clube irá fazer na formação sócio-desportiva dos seus filhos.

Importância dos Pais na Equipa de competição:

Os Pais constituem uma base de apoio importante no desporto juvenil, pois são eles que transportam os filhos aos treinos, são os que se levantam cedo para ir levar os filhos aos jogos, são os que tratam dos equipamentos dos filhos, por vezes são os únicos espectadores presentes nos jogos, sendo em muitos casos a base do suporte logístico e financeiro de apoio ao funcionamento das equipas.
Por tudo isto, só uma estreita colaboração entre Pais, Dirigentes, Treinadores e Jogadores, no respeito integral pelas funções de cada um, através de um bom relacionamento entre todos, poderemos construir uma vivência competitiva salutar e agradável, onde todos possamos retirar os benefícios sócio-desportivos que a prática de um Jogo Desportivo Colectivo como o Futebol, nos poderá proporcionar.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Como trabalhar lateralidade com crianças de 4 a 8 anos?

Para a lateralidade, todo e qualquer exercício em que as crianças precisem utilizar o lado servirão. Existem muitas opções, nomeadamente:
- Uso de bolas variadas (no peso, tamanho, cor, etc.) utilizando mãos, pés, cabeça, joelho, coxas, ombro;
- Deslocamentos variados com a bola, formações diferentes (duplas, trios, grupos, etc.);
- A batata quente, a bola é passada para quem está ao seu lado;
- A “adoleta”, bate-se na mão da pessoa que está ao lado;
- (para crianças menores) sugiro que utilize actividades de conteste, um exemplo, quem consegue ficar do lado x da caixa e agora do outro lado.

Existem vários livros de recreação que trazem sugestões de joguinhos e brincadeiras (com e sem bola) para trabalhar lateralidade. Não vai ser difícil encontrar alguma boa sugestão.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Futebol de 7 - Sistema Táctico: 4-2

Funcionamento:
Este sistema teve a sua origem no 1-3-2-1, ao atrasar um médio centro para a linha defensivaUtiliza-se para aproveitar a afinidade com o futebol 11, especialmente em equipas de índole defensivo, ou perante equipas contrárias muito superiores.Temos, então, 1 guarda-redes, 4 defesas e 2 médios.Os dois defesas laterais, com âmbito defensivo e ofensivo, permitem dar várias soluções de jogo, sendo que os defesas centrais actuam de igual forma ao futebol 11, isto é, com grande atenção às coberturas e dando início ao jogo de ataque, com boa colocação da bola, fortes no jogo aéreo e eficazes nos desarmes.Um dos médios deverá ter funções mais defensivas e as outras funções mais ofensivas.

Vantagens:
Maior semelhança com o funcionamento táctico do futebol 11
Maior solidez defensiva.
Muitas possibilidades de sair em contra-ataque.
Obriga a equipa contrária a rematar de longe muitas vezes, pois as zonas próximas da área estão bem ocupadas e defendidas.


Desvantagens:
Necessita de um grande espírito de sacrifício tanto para defender como para atacar.
Tem de estar muito bem treinado o escalonamento ofensivo e defensivo para permitir uma boa fluidez de jogo e a incorporação dos jogadores nas zonas de remate. Existe o risco de perder a bola rapidamente e passar a maior parte do tempo a defender.


in Bragafut

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Escutar – Comunicação com Crianças e Jovens

Escutar parece fácil, no entanto, é enganosamente difícil. Más aptidões de ouvinte provocam uma ruptura no processo de comunicação. Depois de repetidos fracassos na sua intenção em fazer-se escutar, os atletas deixam de lhe falar e, por sua vez, é muito provável que deixem de o escutar.

Como melhorar as suas capacidades de ouvinte:

1- O mais importante de tudo é reconhecer a necessidade de escutar os outros;
2- Concentrar-se na escuta, que significa que deve prestar atenção total ao que se diz. Já alguém o acusou de não escutar? Ora, se ouve muitas vezes estas palavras, realmente não sabe ouvir os outros;
3- Quando escutar, averigúe o significado da mensagem em virtude de se concentrar nos detalhes. Isto é, principalmente quando estamos em desacordo, tendemos a escutar e a responder aos detalhes que podemos atacar ou refutar, perdendo assim, os pontos fundamentais da mensagem;
4- Abstenha-se de interromper os seus atletas. Por vezes interrompemos os outros porque prevemos o que vão dizer, completando deste modo o seu pensamento. A consequência é que contestamos o que pensamos a partir daquilo que nos iam dizer! Para, por vezes, mais tarde verificarmos que não era aquilo que na realidade nos queriam dizer.
5- Respeite o direito dos seus atletas a partilhar consigo os seus pontos de vista. Não é importante escutar apenas os seus medos e problemas, mas também as suas alegrias e sucessos. A sua resposta ás opiniões dos jovens é importante para formar as suas atitudes;
6- Repreenda a tendência para responder emocionalmente ao que se diz. Tente responder construtivamente (é mais fácil dizê-lo do que fazê-lo… mas afinal não acontece o mesmo para a maioria das actividades complexas?).

terça-feira, 6 de novembro de 2007

COMO ACOMPANHAR O DESPORTO DO SEU FILHO?

Dentro de um ambiente desportivo positivo, as crianças têm oportunidade para fazer novas amizades, aprender novas técnicas e desenvolver novos interesses. A qualidade do processo de ensino-aprendizagem desportiva da criança é dita por Pais e Treinadores, onde os primeiros também são parte integral da equipa.
A atenção de qualquer programa desportivo para crianças, seja ao nível competitivo ou de recreação, deve focar essencialmente a aprendizagem e o divertimento, para depois integrar o espírito competitivo e providenciar uma boa experiência desportiva para toda a vida. A preocupação sempre no processo, não no resultado.
Este capítulo está delineado para ajudar os pais que pretendem assegurar que o seu filho (a) tenha uma experiência positiva no desporto, oferecendo informação básica pertinente. Nunca se esqueça que a educação desportiva começa muito antes de chegar ao terreno de jogo, começa em casa do jovem atleta.

Como criar um ambiente desportivo positivo para o seu filho(a)...
  • Valorize o divertimento no processo de aprendizagem desportiva;
  • Construa auto-estima na criança/atleta, dando relevo aos aspectos sociais (divertimento), físicos (esforço) e técnicos (desenvolvimento) da aprendizagem, e não tanto aos resultados (vitória);
  • Reforce os valores (responsabilidade, disciplina, cooperação, honestidade e frontalidade) e valorize os princípios do fair-play (respeito pelos companheiros, adversários, treinadores, regras de jogo e árbitros);
  • Construa na criança/atleta uma identidade desportiva inserida numa equipa/grupo de trabalho - não a valorize unicamente ou sobre os outros;
  • Mostre interesse contínuo pela actividade desportiva da criança/atleta: esteja presente nos treinos, jogos e reuniões;
  • Seja um bom espectador, reforçando positivamente e encorajando o esforço da criança/atleta;
  • Seja cauteloso a discutir as aspirações desportivas, que podem produzir pressões desnecessárias;
  • Discuta as opiniões que possui sobre as opções do treinador, longe das crianças/ atletas;
  • Reforce as instruções do treinador, quando dialoga em casa com a criança sobre a prática desportiva;
  • Conteste a presença de tabaco e álcool nos eventos desportivos da criança/atleta.

Comunicar com o seu filho(a) na competição...
  • As crianças não querem ouvir que jogaram bem quando elas próprias sabem que não jogaram;
  • Não acuse os outros jogadores, treinadores ou árbitros como responsáveis pelas derrotas. Pode fazer com que a criança não assuma as suas responsabilidade, delegando-a nos companheiros de equipa ou elabore desculpas;
  • Não diga que “este jogo não é importante”, já que este poderá ser para a criança;
  • Encontre algo positivo na performance da criança e dialogue com ela os factos relacionados com a aprendizagem e comportamento desportivo (seja realista!). Assegure que realiza algumas questões:

- Como te sentes acerca do que se passou no jogo?
- O que é que gostaste mais e menos no jogo?
- Divertiste-te no jogo?
- O que é que o Treinador te disse acerca do jogo?
- O que achas da tua exibição de hoje no jogo?

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Credibilidade – Comunicação com Crianças e Jovens

O êxito como Treinador depende, em grande medida, da sua capacidade para comunicar efectivamente em variadas situações (e.g. quando pretende dar uma instrução, quando os pais dizem que os seus filhos não jogam tempo suficiente). Será focado uma das várias vertentes fundamentais da comunicação:

Credibilidade:

Tente lembrar-se de alguém seu conhecido que não mereça credibilidade, um companheiro de trabalho, um politico, etc. Provavelmente não lhe oferece crédito a nada que essa pessoa diz.
Porquê?

Provavelmente por alguma das seguintes razões:

1- Pensa que essa pessoa não sabe o que diz;
2- Habitualmente, nada o que ela diz tem sentido ou importância;
3- Deturpam com frequência os factos ou simplesmente mentem, e portanto deposita pouca confiança nessa pessoa;
4- Fala constantemente com um enfoque negativo;
5- Fala-lhe como se fosse estúpido ou menos importante que ele.

A credibilidade pode ser o factor mais importante para comunicar com os atletas. A credibilidade da comunicação irá reflectir-se no comportamento dos atletas sobre a veracidade do que disse.
Quando se treina jovens, eles normalmente aceitam a sua credibilidade porque desempenha o prestigioso papel de Treinador. No futuro, no entanto, é de sua responsabilidade optimizar a credibilidade mediante os seguintes pontos:

1- Ser um Treinador cooperador com os atletas;
2- Ser um conhecedor do desporto que treina, ou pelo menos, ser suficientemente honesto acerca do conhecimento que possui;
3- Ser fiável, claro e coerente na interacção com os seus atletas;
4- Irradiar cordialidade, amizade, aceitação e empatia perante os atletas e seus responsáveis educativos;
5- Ser dinâmico, espontâneo e aberto;Utilizar uma abordagem positiva;

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Colóquio "Formar para Vencer"

O Clube de Futebol União de Coimbra com a finalidade de poder propiciar conhecimentos técnicos e científicos aos profissionais com a finalidade de optimizar o seu desempenho nas actividades em nível desportivo, vai organizar o Colóquio "Formar para Vencer", no dia 3 de Novembro próximo pelas 14 horas.
Se desejar saber mais informações ou inscrever-se:

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Futebol de 7 - Sistema Táctico: 3-3

Funcionamento:
A distribuição mais normal deste sistema corresponde a 1 guarda-redes, 3 defesas e 3 avançados. Existem dois defesas laterais, podendo ter características ofensivas e defensivas, dependendo do nível físico-técnico-táctico dos alunos. Existe 1 defesa central, que actua livre de marcação para facilitar as coberturas dos seus laterais. Os avançados são dois extremos encostados às linhas, com boa velocidade, boa capacidade de centrar na área e boa capacidade de finalização dos ataques. O avançado centro de grande mobilidade na área e muita capacidade de remate.

Vantagens:
Fácil e claro para explicar e desenvolver as funções de cada jogador
Favorece a amplitude e profundidade do jogo ofensivo da equipa
Potencia a realização de acções 1 para 1 nos avançados devido à grande distância que existe entre os colegas da equipa.
Atitude mais agressiva para recuperar a bola no início do ataque da equipa rival, pois os nossos três avançados estão situados muito próximo dos defensores contrários.

Desvantagens:
Excessiva separação entre linhas e entre colegas, em ataque, favorecendo a possibilidade do contra-ataque dos adversários.
Pouco escalonamento ofensivo, que provoca um jogo fácil de defender pelo adversário quando não se ganham as situações de 1 para 1.
.
in Bragafut

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Quais são os objectivos dos educadores/treinadores de Futebol de jovens?

Os treinadores dos escalões de formação, têm como principal objectivo, contribuir para uma formação adequada dos jovens, mas incentivando sempre o desejo e o gosto pela vitória, já que desejar vencer é uma ambição de qualquer ser humano. Não se trata, contudo, de vencer a todo o custo, pondo em causa a formação dos jovens jogadores.

Objectivos específicos dos educadores/treinadores de jovens:

- Conhecer bem os jovens que treina, bem como as características das suas diferentes fases de desenvolvimento;

- Contribuir para o desenvolvimento das capacidades específicas (físicas, táctico-técnicas e psíquicas) do Futebol, de acordo com as capacidades e as necessidades dos jovens;

- Contribuir para a formação geral e integral do cidadão comum;

- Promover o gosto e o hábito pela prática desportiva, proporcionando prazer e alegria nos jovens praticantes, através das actividades a desenvolver;

- Dirigir as expectativas dos jovens e dois seus familiares de uma forma realista;

- Dirigir as suas acções, valorizando fundamentalmente o esforço e o progresso na aprendizagem, colocando em primeiro lugar os interesses dos atletas e só depois as vitórias da equipa.

Segundo Papaioannou (1995), a adopção de um ambiente muito orientado para aprendizagem e pouco orientado para o rendimento é o mais adequado para crianças e jovens, tendo em vista a maximização da motivação e da realização de todas as suas capacidades.

in O Ensino do Futebol 7 – Um jogo de iniciação ao futebol de 11

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Os “Melhores” treinadores de Futebol deveriam estar a treinar os mais jovens?

Esta é uma questão que, com alguma frequência, se coloca quando abordamos o treino com jovens.

Será necessariamente difícil de esclarecer, qual o conceito de “melhor treinador”, para treinar crianças e jovens. Serão estes treinadores os mais populares ou os mais reconhecidos? Ou aqueles que ganharam os últimos campeonatos nacionais da 1ª divisão de Seniores?

Treinar jovens não é o mesmo que treinar adultos. Para treinar jovens, é necessário ter motivação, e ser capaz de estabelecer uma boa relação com os jovens, e conhecer os métodos e os meios mais adequados para o seu desenvolvimento.
Será que o treinador dos seniores teria motivação, empenho e paciência para treinar os Infantis? Será que alcançaria os êxitos desejados com os mais jovens? Será que os clubes estariam dispostos a pagar mensalmente ao treinador dos Infantis aquilo que ele aufere como treinador dos Seniores?
Fazendo uma análise comparativa entre o ensino do Futebol e a formação académica do cidadão comum, poderemos questionar: os professores catedráticos que leccionam nas universidades, é que deveriam estar a dar aulas nas escolas do ensino básico?

Deveremos ser realistas e evitar situações desajustadas, que só viriam perturbar o desenvolvimento do Futebol Infanto-Juvenil.
Os educadores/treinadores dos escalões de formação, terão de ser pessoas qualificadas, habilitadas a treinar jovens, com conhecimento sobre as suas características e os métodos mais adequados para o seu desenvolvimento, que gostem e saibam lidar com os jovens e que sejam devidamente reconhecidos e recompensados pelo desempenho das suas funções.
Porém, a realidade do Futebol Português, é que não são reconhecidas as capacidades dos treinadores que trabalham nos escalões de formação, por mais competentes que estes sejam, originando que se não passarem para o Futebol profissional, nunca irão ser reconhecidos do ponto de vista profissional, social e económico.

Para Rui Caçador (1998), qualquer treinador de Seniores, ganha mais como prémio de jogo, do que o vencimento do melhor treinador da formação, o que leva a que actualmente, todo o treinador que treina os Juniores, esteja a pensar em ir treinar os escalões Seniores.

in O Ensino do Futebol 7 – Um jogo de iniciação ao futebol de 11

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Principais acções táctico-técnicas a desenvolver

Para uma melhor compreensão das acções táctico-técnicas a adoptar no ensino do Futebol de 7, importa definir os seguintes conceitos:

Acções táctico-técnicas

Podem ser definidas como o conjunto das acções individuais e colectivas dos jogadores de uma equipa, devidamente seleccionadas, organizadas e coordenadas de acordo com um modelo de jogo adoptado, com vista à sua utilização racional e oportuna no jogo e com o objectivo da obtenção da vitória (adoptado de Teodorescu, 1984).

Táctica individual

Existem opiniões divergentes acerca do conceito de táctica individual, sendo por muitos confundido com conceito de técnica individual.
Em nosso entender, o conceito das acções técnicas, como, por exemplo, o passe ou a recepção, não fazem muito sentido quando tratadas de uma forma abstracta e isolada, mas sim quando inseridas num modelo de jogo, constituindo-se como acções tácticas individuais. Vamos tomar como exemplo o treino efectuado por duas equipas:

Uma equipa tem como método de jogo ofensivo do seu modelo de jogo o contra-ataque, adoptando no treino situações em que predominem o passe longo.

Uma segunda equipa tem como método de jogo ofensivo do seu modelo de jogo, o ataque organizado (ou planeado), onde há predomínio do passe curto e de uma boa segurança de jogo.

Podemos concluir que ambas as equipas treinam o mesmo tema – O PASSE, no entanto, acabam por treinar situações totalmente distintas uma da outra, já que o treino do passe é totalmente condicionado pelo modelo de jogo adoptado por cada uma das equipas.

Assim:
Táctica Individual – É o conjunto das acções individuais, com ou sem bola, realizadas por um jogador, de acordo com o modelo de jogo adoptado pela sua equipa, no sentido de perseguir os objectivos do jogo, quer na fase de ataque quer na fase de defesa.

Táctica Colectiva

São todas as acções colectivas dos jogadores de uma equipa que, intimamente ligadas ao modelo de jogo adoptado por essa equipa, visam a sua eficaz utilização no jogo, com o objectivo da obtenção da vitória.

in O Ensino do Futebol 7 – Um jogo de iniciação ao futebol de 11

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

A importância da Psicologia no Desporto

O contexto desportivo, hoje em dia, obriga a uma cada vez maior especialização, tanto ao nível dos praticantes, como dos recursos humanos envolventes. A perspectiva do desporto como mais um elemento do quotidiano desapareceu. O desporto., tal como outras áreas (e.g. empresarial, cultural, social), entrou na era da cientificidade. Ou seja, tudo aquilo que se perspective como ideal para optimização do rendimento e bem-estar poderá ser aplicado ao desporto.

O treinador de futebol Jozef Venglos, acerca de 20 anos, afirmou que “o futebol caminha para a dimensão psicológica, para a inteligência”. Segundo ele, todas as outras dimensões, a técnica, física e táctica tinham pouco mais a oferecer ao rendimento no futebol. Realmente, parece inegável que os treinadores, de uma forma ou de outra, dominam estas dimensões. Aliás, após um jogo é fácil ouvir-se nas discussões de café sobre aquele jogador que “dominou bem a bola com a parte interior do pé” – técnica – que “estava muito bem fisicamente” – física – ou que “fez um bom movimento ao segundo poste para o companheiro aparecer no primeiro para finalizar” – táctica.

Em concordância com isto, verificamos que, após um jogo, também é comum ouvir o treinador dizer que “sofremos um golo por falta de concentração”, ou antes do jogo que “teremos que ter confiança para ganhar”, que “estamos motivados”, etc. etc.

Coloco aqui duas questões (na formação desportiva de jovens) para saber as vossas opiniões:

Será que poderemos exigir a um jogador concentração se nunca a treinou?
As competências psicológicas podem ser treinadas? Em que circunstâncias?

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Escola de Formação - Geração Benfica

O Sport Lisboa e Benfica através do seu projecto Geração Benfica vai inaugurar no próximo dia 15 de Setembro pelas 10h a sua Escola de Futebol em Paramos – Espinho.
A Escola conta com uma pessoa que é a responsável pela área de Markting e Gestão da Escola, e com dois treinadores, formados em Educação Física e Desporto, pelo Instituto Superior da Maia (ISMAI).
O complexo onde vão decorrer os treinos, possui um relvado sintético, dois balneários e iluminação. Contempla ainda, uma grande área de estacionamento.
O treino será feito através da metodologia dada pelo próprio Sport Lisboa e Benfica.


Consulte toda a informação em: http://geracaoslbespinho.blogspot.com/

terça-feira, 21 de agosto de 2007

BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO PARA A CRIANÇA

A criança que habitualmente prática actividade física obtém:

- Aumento de habilidades para satisfação da demanda de actividades do dia-a-dia;
- Melhoria de habilidades motoras;
- Redução de lesões;
- Redução de condições para desenvolvimento de doenças crónicas futuras ligadas ao sedentarismo;
- Melhoria da Auto-Estima;
- Melhoria do Senso de Responsabilidade e Grupo;
- Melhoria da Auto-Confiança;
- Melhoria da Adaptação Social;
- Melhoria de Expressão Pessoal e Liberdade;
- Um maior desenvolvimento Espaço-Temporal.


Os pais geralmente perguntam-se quando colocar um filho a praticar certa actividade física ou desporto ou qual delas escolher. É importante sabermos e ficarmos atentos para isso, pois devemos acima de tudo, respeitar não só o gosto pessoal mas a idade de desenvolvimento de nosso filho.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

PREVENÇÃO DA LESÃO DESPORTIVA EM CRIANÇAS: ORIENTAÇÃO PARA OS PAIS.

As lesões associadas à prática desportiva de crianças e jovens têm vindo a ter um acréscimo acentuado, e se forem ignoradas, poderão apresentar-se problemas médicos graves ao longo da vida.
Esta fase parece ser oportuna na educação para a prevenção de lesões desportivas na prática da modalidade que milhares de crianças e jovens elegem, aquando, após as férias, iniciam e/ou reiniciam a sua prática desportiva regular.

Ignorar a dor significa aumentar a dor:

O maior perigo está na criança que, por querer jogar e praticar a modalidade que ela adora, mascara o verdadeiro problema, não comunicando com o treinador ou com os pais, acerca da dor que sente. Especialmente, em crianças dos 9 aos 14 anos de idade.
Algumas lesões, se não descortinadas a tempo, poderão afectar o normal crescimento ósseo e ligamentar. Causando dificuldades em idades mais avançadas.

A componente social como factor de pressão:

Segundo a Campanha Nacional de Segurança Infantil (NSKC), nos Estados Unidos, cerca de 3,5 milhões de crianças até aos 14 anos são alvo de atenção médica e lesões da prática desportiva.
Alguns factores parecem estar associados para este número elevado. Cada vez mais, os pais são alertados acerca da inactividade e obesidade dos seus filhos, colocando-os, imediatamente, em desportos organizados e competitivos. Este facto, apresenta uma preocupação legítima quando falamos de crianças que nunca tiveram uma prática desportiva regular e que, sendo colocados numa actividade competitiva, colocarão os sues objectivos na vitória em virtude do prazer e divertimento pela prática.
As crianças, especialmente aquelas que iniciam a sua prática desportiva em ambientes e contextos que perspectivam a vitória como o principal objectivo, tornam-se, por vezes, patologicamente competitivas, descorando outros pontos de desenvolvimento e, inclusive, apresentam uma maior aptidão para jogarem ou treinarem lesionados, já que elas não querem perder o lugar na equipa ou perder a oportunidade de jogarem no próximo jogo.
Como qualquer modalidade, a prática do futebol também é susceptível de lesões. Aqui, as mais vulgares são as lesões ligamentares nas zonas dos joelhos e nos tornozelos, bem como, as lesões musculares nas faces anteriores e posteriores da coxa.

Como ajudar a prevenir as lesões:

Os pais podem ajudar os filhos a prevenir lesões na prática desportiva tomando as seguintes precauções:

1 – Incentivar a utilização de equipamento protector em jogos e treinos (e.g. caneleiras);
2 – Aplicar calçado ideal, dependendo do piso de jogo (e.g. para piso sintético, o ideal para crianças é a utilização de sapatilhas com sola repleta de pequenas proeminências, que facilitam o equilíbrio e o atrito necessário; não incentivar a utilização de pitons de metal ou osso; verificar se os pitons têm uma distribuição equitativa sobre a superfície da sola;
3 – Verificar se os treinos apresentam esta sequência: aquecimento (exercícios de activação), prática (exercícios específicos à modalidade) e relaxamento (exercícios de alongamento, desactivação e retorno à calma);
4 – Verificar se no clube ou associação há uma preocupação em adaptar as formas e exercícios didácticos da modalidade à idade das crianças;
5 – Realizar análises e check-ups médicos no inicio de cada época desportiva e, pelo menos, uma vez durante a época desportiva;
6 – Estar atento se existe uma prática contrafeita da modalidade devido a pressões sociais (e.g. por competitividade extrema, porque os amigos praticam, porque quer emagrecer rapidamente);
7 – Na prática a temperaturas elevadas: fazer com que estejam hidratados e utilizem protector solar;
8 – Verificar se o terreno de jogo está em condições ideias para a prática da modalidade por parte das crianças, se não apresenta pedras ou outros objectos alheios.

in APEF

segunda-feira, 30 de julho de 2007

TREINO DA TÉCNICA DESPORTIVA

A técnica desportiva é definida como o domínio completo das estruturas motoras económicas de exercícios desportivos, considerando o resultado máximo a ser atingido nas mais difíceis condições da competição.
Uma técnica defeituosa impedirá que o atleta coloque suas potencialidades físicas (força, flexibilidade, resistência, etc.) crescentes a serviço de uma "performance"específica superior.
A técnica não tem a mesma importância em todos os desportos. Portanto, o aperfeiçoamento técnico deve receber em cada modalidade uma aplicação diferente. O caminho para a perfeição técnica no desporto é definido em primeiro lugar pelo nível inicial da técnica e pelas experiências motoras adquiridas. Os desportistas com melhor treino em coordenação aprendem mais depressa a execução tecnicamente correcta do que outros que possuem um repertório de movimentos menor e uma base coordenativa restrita. Portanto, é muito importante o trabalho precoce no sentido de ampliar o repertório de movimentos e aperfeiçoar as técnicas básicas de execução dos mesmos.

Para explicar o processo da aprendizagem, há que se entender as bases psicológicas e neurofisiológicas da aprendizagem de movimentos. Só assim, poderemos entender como o atleta passa do estado de não saber ao estado de realização de certo movimento.
Para que um acto motor seja aprendido por um indivíduo, ocorre a divisão desse processo em três fases:

- Fase pré- motora: preparação do acto por estabelecimento de um programa motor (visualização do acto).
- Fase motora: realização de programas motores. Aqui o atleta vivência e experimenta o que antes só havia na sua mente.
- Fase pós-motora: apreciação do movimento; o atleta julga se o que fez pareceu ou não com aquilo que lhe foi ensinado. Caso encontre falhas no seu movimento, poderá então estabelecer um novo processo motor.

O Professor/Treinador poderá corrigir o gesto motor do atleta durante ou após a execução do movimento.
Há que se repetir o gesto motor desejado constantemente, pois a aprendizagem motora ou a técnica nada mais é do que o condicionamento das ligações sinápticas que induzem os sistemas neuronais a uma nova textura, específica para aquele movimento.
O elogio e a censura, o stress de aprendizagem e a atenção aparecem como reforçadores tanto positivos como negativos da aprendizagem motora, portanto técnica; daí a sua importância. Esses elementos influenciam, pela estimulação ou inibição, o desenvolvimento dos processos de síntese feito pelo sistema nervoso do atleta. Portanto, o elogio e a censura devem ser factores de grande preocupação por parte dos treinadores uma vez que usando-os, de uma ou outra forma, ocorrerão modificações nas fórmulas bioquímicas do organismo do atleta, fazendo com que ele assuma determinado tipo de comportamento.
O Treinador deve, logo no início do trabalho com aquele atleta, instrui-lo a executar a técnica do movimento mais eficaz e económica na realização daquela tarefa, para, mais tarde, permitir os ajustes pessoais de estilo de cada atleta. Nesse ponto, o Treinador passa a corrigir o atleta baseando-se na sua técnica individual.
Para que sejam possíveis correcções motoras precisas, deve-se utilizar mecanismos de controlo como filmes, fotos e vídeos.
O processo de aprendizagem técnica deve prosseguir sem muitas pausas prolongadas entre as unidades de treino, senão a eficácia do treino poderá diminuir. O treino técnico deve ser feito em estado repousado; a quantidade das repetições de exercício deve adaptar-se às bases condicionais e à capacidade de concentração; um sistema nervoso central cansado não permite uma concentração ideal.